Visitantes

terça-feira, 27 de abril de 2010

Cultura do coqueiro


O coqueiro é uma planta monocotiledonea, da família Palmae, conhecido como Cocus nucífera, L.

Planta arbórea, altura em torno de 25m. (coqueiro gigante) copa densa e elegante. Raiz fasciculada (vai a 1,8m. para lados e até 0,6m. para baixo), caule indiviso chamado estipe ou espique, com tufo de folhas (30-35) bem verdes na extremidade. Folha constituída de pecíolo curto e por vários pseudo - folíolos, com 6m. de comprimento e 1-2 anos de vida; inflorescencia axilar em forma cacho com flores femininas globosas. A planta é monóica (órgãos masculinos e femininos na mesma planta). Fruto é drupa com casca (epiderme) lisa, camada fibrosa (mesocarpo) e parte dura (endocarpo). Na sua parte interna encontra-se a amêndoa e a "água-de-coco". O fruto também é conhecido como noz-semente, semente. As variedades de coqueiro são: gigante - também chamado de típico, é predominante, tem grande altura, polinização cruzada, fruto verde, cocos destinados à industrialização; anão - representado por tipos com frutos verdes, vermelhos e amarelos, tem autofecundação e frutos destinados ao consumo da água-de-coco e híbrido - proveniente do cruzamento natural ou artificial gigante x anão, não tem informações conclusivas sobre seu material.
Cultivado em mais de 80 países tropicais o coqueiro oferece mais de 360 modalidades diferentes de aproveitamento com 200 deles constituindo-se em alimentos (água-de-coco, coco ralado, leite de coco, doce, sorvete, outros). População, indústrias e fabricas são atendidas pelas modalidades. Dentre os usos do coqueiro destacam-se segundo o órgão: raízes: fabricação de balaios; caule: lenho de indivíduos idosos para marcenaria e ornamentação, esteios, pisos de pontes, jangada mourões, palmito (broto terminal comestível); folha: como forragem (folhas novas), matéria para balaios, esteiras, peneiras, chapéus; fruto: fibras para cordas, tapetes, escovas, amêndoa para copra, para alimentos, para sabões, óleos, farinhas, leite de coco e água de coco. Em alguns países bebe-se a seiva da inflorescencia (toddy).

O coco gigante seco é adquirido por intermediários para consumo como coco seco para culinária ou para indústrias; o coco verde (anão) é levado para consumo in natura. Cidades grandes e de porte médio da Bahia (Feira de Santana, Juazeiro, Itabuna, Vitória da Conquista) e agroindústrias (Sergipe, Alagoas, outras) de transformação (grande mercado) são destino do produto.

O albumen do coco, tem seguinte composição: água (46%), substâncias albuminoides (5,41%), óleos (35,9%), substâncias azotadas (8,06%), celulose (2,9%), cinzas (0,97%).
O coqueiro é típico de regiões quentes, úmidas e ensolaradas; a água é o fator mais importante para o coqueiro e depois temperatura e radiação solar.

Chuvas: precipitação média anual superior a 1.600mm. ( ótimo entre 1.700 e 2.200mm.) com mínimo de 130 mm./mensais (ótimo em 150mm.). Em locais com chuvas abaixo de 1.000mm./ano lançar mão da irrigação.

Temperatura: o coqueiro requer temperatura média anual acima de 22ºC. Ótimo em 27-28ºC; temperatura elevada com baixa umidade é condição danosa para a planta.

Luminosidade: a radiação solar ou insolação acima de 2.000 horas/ano é ideal para o coqueiro; 1.800 horas/ano já é nível critico.

Umidade relativa do ar: o coqueiro exige saturação do ar igual ou superior a 80% sem ultrapassar 90% as mínimas mensais não devem cair abaixo de 60%.

Ventos: se excessivos podem tombar a planta; além de influenciar na evapo-transpiração o vento desempenha papel importante na polinização do coqueiro.

Obs: em relação a altitude a planta encontra seus limites (comercialmente) aos 600 metros.
O coqueiro exige solos profundos (profundidade efetiva entre 1 e 2m.), é tolerante a solos arenosos, argilosos e silico-argilosos, requer solos bem drenados, com lençol freático entre 1 a 4m. de profundidade, com fertilidade média a alta, ricos em matéria orgânica, potássio, fósforo, cálcio e magnésio e com pH entre 6,0 e 6,5.

A planta é tolerante, ligeiramente, à presença de sais solúveis e de sódio no solo.

Os terrenos para coqueirais devem ser planos a ligeiramente ondulados (até 3%).
Planta matriz: fornece a noz semente. Deve ser vigorosa, ereta, com copa verde intenso, idade entre 15 e 30 anos, com bom número de folhas e sem pragas. A semente deve ter 11 a 12 meses de idade, pesada, arredondada, casca sem indícios de pragas, deve descansar de 10 a 21 dias após colhida.

Germinador: canteiro com 15cm. profundidade, 1 a 2m. de largura por comprimento variável (irrigação). As nozes devem receber entalhe na protuberância mais alta do lado que se prende à infloescencia; entalhadas as nozes são colocadas lado a lado, com entalhe para cima e para a mesma direção. Cada m2 de canteiro recebe 22 a 24 nozes. A irrigação deve proporcionar 6 a 7mm./dia ( 6 a 7l/m2 /dia).

Viveiro: como no germinador o terreno é arado gradeado e limpo convenientemente; quando a plantinha da noz alcançar 15cm. de altura deve-se fazer a repicagem para viveiro em terra firme ou em sacolas plásticas. Deve selecionar mudas com um só broto (reto, na vertical) forte, bem fixado na casca; rejeitar nozes com brotos raquíticos, duplos ou triplos, retorcidos, esbranquiçados. Retira-se a muda do germinador (com gancho de ferro) e corta-se as raízes a 1-2cm. da casca. Situado próximo ao germinador o viveiro deve receber 60% das mudas germinadas.

Viveiro em terra firme: deve ter solo escarificado, com matéria orgânica ou pó-de-serra incorporado (facilitar arranquio); evitar solos ácidos ou com muito alumínio. Mudas que permanecerão 6 meses são plantadas no espaçamento de 60cm. x 60cm. em triângulo equilátero; as que permanecerão de 7 a 9 meses o espaçamento será de 80cm. x 80cm. em triângulo. A irrigação será de 10l/m2 (até 2 meses), 12l/m2//dia (2-4 meses), 14l/ m2//dia (4 a 6 meses) e 16l/ m2//dia de 6 meses em diante. Pode-se regar em dias alternados.

Viveiro em sacolas: os sacos devem ser de polietileno preto, com 0,2mm. de espessura, dimensões de 40cm. x 40cm. (anão), a 50cm. x 50cm. (gigante) e furos no terço inferior (3 fileiras espaçadas de 5cm.). Os sacos são cheios até 2/3 de sua capacidade, com terra peneirada de superfície com matéria orgânica (10 litros); coloca-se o material proveniente do germinador e completa-se o enchimento do saco. O espaçamento é igual ao do viveiro terra firme.

Controle de ervas dentro e ao redor (10m.) da área do viveiro, a proteção fitossanitária é feita utilizando-se os químicos carbaryl 85 M, paratiom 60 E, dimetoado 50 E, mancozeb,. Se aparecer podridão do olho queimar plantas doentes e aplicar TEMIK 10 g na área.

Um mês após repicagem efetuar adubação em cobertura com mistura de uréia ( 1 parte), superfosfato simples (2 partes) e cloreto de potássio (3 partes) aplicando 18g. (planta 1 mês), 24g. (2 meses), 30g. (3 meses), 36g. (4 meses), 36g. (a partir de 5 meses). O adubo é colocado ao redor da noz incorporado à terra de superfície e procede-se a uma irrigação.
Proveniente do viveiro a muda ideal deve ter 1m. de altura (da noz à folha mais nova aberta em posição normal), com 5 a 7 folhas vivas, coleto com 15-18cm. de circunferência, a planta livre de pragas e doenças. Entre a retirada da muda do viveiro e o plantio não deve permear muito tempo; a muda de raiz viva deve estar abrigada, sob sombra, nesse período.

Os espaçamentos, com traçado de triângulo equilátero , indicados são 9,0m. x 9,0m. (143 plantas para o gigante), 8,5m. x 8,5m. (160 plantas / ha para o híbrido) e 7,5m. x 7,5m. (204 plantas / ha para o anão). As covas podem ter dimensões de 0,8m. x 0,8m, x 0,8m. (ou 0,6m. x 0,6m. x 0,6m.) para coqueiro anão e 1,0m. x 1,0m. x 1,0m. para coqueiro gigante.

Do fundo para a superfície enche-se a cova com casca de coco (voltada para cima) com altura de 30cm., segue-se camada de 20cm. de mistura de terra de superfície e matéria orgânica (15l. de esterco curral ou 3Kg. de torta de mamona), 800 gramas de superfósfato simples e por fim terra de superfície.

No ato do plantio se a muda tiver raiz longa deve ser podada, centraliza-se a muda na cova, deixando-se a parte externa do coleto (início do caule) voltada para os ventos dominantes. O coleto deve ficar ao nível do solo e a terra ao redor da muda deve ser bem socada mantendo-o na posição vertical. Deve-se colocar terra sobre a noz somente para recobri-la sem que o coleto fique enterrado.Em seguida irriga-se a cova com 15 litros de água e cobre-se em volta da noz, com cobertura morta num raio de 80cm.

Obs.: Se a análise do solo recomendar calagem o calcário deve ser colocado no fundo da cova.

Fonte: seagri.ba.gov.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário