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sexta-feira, 4 de junho de 2010

Organicos


As frutas orgânicas nos dão o prazer e a certeza de um alimento saudável sem alterações, nutritivo, e saboroso, favorecendo o bem estar e a qualidade de vida.
O Brasil apresenta excelentes condições para se tornar um dos maiores pólos produtivos de frutas tropicais para o mercado mundial. Seu clima permite a produção de todos os tipos de frutas tropicais e algumas delas proporcionam mais de uma safra por ano.
É um mercado que tem atraído uma quantidade crescente de agricultores familiares, mesmo em se tratando de uma atividade mais intensiva em mão de obra, pois sua rentabilidade é superior põe hectares que as culturas de grãos, como arroz, soja, milho, entre outros.
O Brasil está entre os primeiros produtores mundiais de frutas, com um amplo leque de ofertas, exportando 600 mil toneladas de frutas orgânicas frescas, perfazendo um total de U$240 milhões, equivalente a 2% da produção nacional.
O principal mercado atualmente de frutas orgânicas brasileiras é a União Européia, representando 70% das exportações.
Antes de aderirmos ao cultivo de qualquer espécie frutífera é necessário um estudo de mercado local e regional verificando quais são as possibilidades de comercialização das frutas orgânicas de forma rápida e eficiente.
A decisão de ter um pomar orgânico implica em adequar tecnologias específicas, conhecimento que se referem as estratégias de adubação e controle fitossanitário, para obtenção de um produto final de acordo com as exigências do mercado consumidor.
O fornecimento de nutrientes através de resíduos e composto orgânicos, geralmente é acompanhado da introdução de adubos verdes ou do manejo do mato nas entrelinhas, a fim de promover a manutenção da matéria orgânica no solo. Já os métodos de controle de pragas e doenças aprovados pelos certificadores, envolvem a utilização de caldas, extratos vegetais e práticas de controle biológico. Todas estas técnicas ainda estão sendo desenvolvidas para cada uma das espécies frutíferas nas diversas regiões brasileiras. A produção das áreas pioneiras, entretanto, já se encontra no mercado para atender parte da demanda existente.
Esse sistema de produção apresenta inúmeras vantagens não apenas porque proporcionam um maior valor agregado, mas devido a um maior respeito ao meio ambiente, sua biodiversidade, equilíbrio e a criação de ecossistemas mais saudáveis. Podemos citar também as vantagens do consumidor que estará livre de substâncias químicas e dos pequenos produtores que estarão sem riscos de contaminação.
É possível acreditar que o aumento do consumo mundial de frutas frescas e processadas pode beneficiar de forma especial o Brasil, aproveitando os novos valores que imperam nos países desenvolvidos que são a conservação ambiental e a qualidade de vida (obtida, entre outras condições, pela melhoria na qualidade da alimentação.
No que diz respeito à comercialização, um mercado bastante atraente é o de exportação, responsável pela maior aquisição do produto nacional. Para o produtor que puder investir neste mercado, as perspectivas de expansão das vendas são crescentes, à medida em que os consumidores europeus, na busca pela qualidade alimentar, querem aumentar o consumo de frutas orgânicas.
Embora ainda hoje tenhamos dificuldades de encontrar frutas orgânicas com freqüência e diversidade, existe um potencial para tais produtos devido aos vários climas e regiões encontradas no Brasil, podendo esse ser um país com possibilidades de expansão em sistemas agroecológicos tanto de frutas tropicais como subtropicais.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Cultura da Uva


A videira é uma planta sarmentosa, de hábito trepador, sendo a fruta mais produzida no mundo. Pertence à família Vitaceae e ao gênero Vitis, se apresentando em espécies diversas, destacando-se a Vitis vinifera – produz frutos apropriados à produção de vinho, de origem européia – e a Vitis labrusca e outras, adequadas para servir de porta-enxerto ou para produzir uvas de mesa, sendo originárias da América do Norte.
Do volume total de uvas produzido no mundo, cerca de 80% é usado no fabrico de vinhos e outras bebidas alcoólicas, 10% para o consumo como fruta fresca de mesa, 5% no fabrico de uvas passas e 5% para fabricação de sucos. No Brasil, cultiva-se em torno de 70.000 hectares, sendo mais da metade no Rio Grande do Sul, principalmente na exploração de uva para processamento.
Estacas de porta-enxerto podem ser plantadas diretamente no campo em julho e agosto, enquanto que mudas de porta-enxerto enraizadas em recipiente plástico devem ser plantadas de outubro a dezembro. Nos dois casos, a enxertia com a variedade copa deve ser feita em julho e agosto do ano seguinte.
No caso de mudas já enxertadas provenientes de viveiro, as de raiz nua devem ser plantadas de julho a agosto, e no caso de mudas de torrão, plantar de outubro a dezembro.
Textura areno-argilosa, relativamente férteis, bem drenados, com pH ideal numa faixa de 5,0 – 6,0, declividade inferior a 20%. As propriedades físicas do solo adquirem maior importância que sua fertilidade natural, pois por meio das fertilizações consegue-se suprir as necessidades nutricionais do parreiral. O solo deve ser leve, profundo, sem a presença de rochas grandes e camadas impermeáveis de argila, e com boa drenagem.
Mesmo sendo considerada uma cultura de clima temperado, em razão de ocorrer queda de folhas no outono, a videira apresenta ampla adaptação climática. Apresenta melhor desenvolvimento em regiões de clima mediterrâneo, ou seja, verões secos e quentes, e invernos frios e chuvosos.
A luz afeta marcantemente a produção e o acúmulo de açúcares, e, conseqüentemente, a qualidade, com elevada exigência de luminosidade no período de crescimento (da floração até a maturação).
A temperatura é outro fator climático importante, sendo a faixa de temperatura ótima para crescimento entre 15 e 30º C. Influencia não só a fotossíntese e a produtividade, mas também a duração do ciclo fenológico (dias entre floração e colheita). Assim, regiões de temperatura média mais elevada permitem obter produções mais precoces, possibilitando até, caso seja possível controlar o fornecimento de água, mais de um ciclo por ano.
A videira necessita de um período de repouso (dormência) hibernal para desenvolvimento adequado das gemas, crescimento vegetativo vigoroso e boa frutificação. O repouso é induzido por condições de baixas temperaturas nas regiões de clima subtropical e temperado, e por déficit hídrico em regiões de clima tropical semi-árido.
As exigências hídricas da videira se situam entre 500 e 1200 mm, dependendo do clima e da duração do ciclo.
Deve-se evitar plantar em locais expostos a ventos fortes, ou caso não seja possível, fazer uso de quebra-ventos.

Uso culinário

Como fruta de mesa, para consumo fresco, e industrializado, na forma de vinho, uva passa, suco, sorvete, picolés, caldas, geléias, dentre outros.

Uso medicinal

A uva é boa fonte de vitaminas C e do complexo B, sendo rica nos minerais Mg, S, Fe, K, Ca e P.
Devido à presença de compostos fenólicos na casca, especialmente o resveratrol, as catequinas e flavonóides, o consumo da uva e de seus derivados tem sido indicado como fator de proteção do sistema circulatório e do coração. Os compostos fenólicos agiriam como antioxidantes, impedindo a ação de radicais livres no organismo, e teriam também, atividade antiinflamatória, impedindo a aglomeração das plaquetas sanguíneas, reduzindo assim os riscos de ocorrência de infartos e derrames. Outra forma de ação seria como agente protetor de moléculas essenciais como o DNA, impedindo alguns processos desencadeadores do câncer.
A recomendação médica vigente é consumir vinho tinto regularmente, de preferência ao almoço. Para homens a dose diária é de 2 taças, enquanto que para as mulheres é de 1 taça.
As variedades de videira podem ser classificadas em quatro grupos:

- Rústicas de mesa: Também chamadas de uvas comuns São rústicas pela maior resistência a algumas doenças e maior facilidade em alguns tratos culturais. Seus frutos apresentam polpa que se desprende facilmente da película (casca), servindo assim ao consumo ao natural. Também são utilizadas com fins industriais, para a produção de vinhos, sucos, destilados, vinagre e geléia. Geralmente são de espécies americanas ou híbridas. As principais variedades são: Niágara Rosada, Niágara Branca, Madalena e Isabel, dentre outras.

- Finas de mesa: A elevada qualidade dos frutos favorece o consumo ao natural. São da espécie Vitis vinifera, sendo extremamente sensíveis a doenças fúngicas. As principais variedades são: Itália, Rubi, Benitaka, Brasil, Red Globe, Piratininga, Ribier, dentre outras.

- Sem sementes: São chamadas de apirenas ou apirênicas ou sem sementes pela ausência completa ou presença apenas de vestígios de sementes. Geralmente são da espécie Vitis vinifera, ou de híbridos desta com outras espécies. As principais variedades são: Perlette, Centennial e Thompson Seedless.

- Uvas para vinho: Seus frutos são utilizados como matéria-prima para produção de vinhos finos de excelência, devido ao elevado potencial de acúmulo de açúcar nas bagas. Geralmente são de espécies européias. As principais variedades são: Cabernet Sauvignon, Syrah, Merlot, Pinot Noir, Chardonnay, Tannat, Malbec, Nebbiolo, Carmenére, Sauvignon Blanc, Zinfandel, dentre outras.

A duração do ciclo depende de fatores climáticos, principalmente intensidade luminosa e temperatura, variando de 85 a 200 dias. As produtividades alcançadas são as seguintes:

- Uvas rústicas de mesa: espaldeira: 1,5 kg/m2; latada: 2,5 a 3,0 kg/m2;
- Uvas finas de mesa: espaldeira 2 a 3 kg/m2; latada: 2,5 a 3,0 kg/m2;
- Uvas sem sementes: espaldeira: 1,5 a 3 kg/m2; latada: 2,5 a 3,5 kg/m2
- Uvas para indústria: espaldeira: 1,5 kg/m2.


Área mínima: Pode ser cultivada em áreas de dimensões variáveis, inclusive em pequenos pomares e jardins. Também pode ser utilizada como cobertura em edícolas e pérgolas, com excelente efeito paisagístico.
Onde comprar: Compre muda de viveiristas credenciados e idôneos, devendo ser acompanhadas de Atestado de Garantia e Etiqueta de Identificação (variedade, idade, porta-enxerto).

CUSTO DE INSTALAÇÃO – INVESTIMENTOS

A enxertia é prática comum e imprescindível, não somente pela precocidade, mas também pelo maior vigor e resistência a pragas de solo apresentado pelas variedades utilizadas como porta-enxertos.
Considera-se 3 anos o período de formação do pomar, os custos de implantação são bastante variáveis em função de uma série de fatores como tipo da uva, forma de condução, grau de ocorrência de pragas e doenças, irrigação, dentre outras. Os custos se situam entre 20 e 45.000,00 reais/ha.

MÃOS À OBRA – DICAS PRÁTICAS

A definição do espaçamento de plantio e da forma de condução das plantas deve considerar uma série de variáveis, dentre elas, a cultivar e sua aptidão, porta-enxerto utilizado, condições climáticas do local, intensidade de mecanização desejado e o sistema tecnológico adotado.
A condução pode ser feita em dois sistemas distintos:

- Espaldeira: as plantas são conduzidas na vertical, em armações formadas por esteios (postes) com 2 ou 3 fios de arame, sendo mais utilizada para uvas para vinho e indústria. É o de menor custo e de maior facilidade de instalação. Possibilita maior arejamento, com menor incidência de doenças fúngicas. Por permitir maior insolação nos cachos, favorece o acúmulo de açúcares, resultando em maior qualildade para processamento. A produtividade, porém, é menor que na condução em latada.
- Latada ou Pérgola:as plantas são conduzidas na horizontal, em malhas suspensas a 2 metros do chão. Permite maior desenvolvimento vegetativo e maior produção, porém é o de maior custo.

ESPAÇAMENTO:

- Rústicas de mesa: espaldeira: 2 x 1 – 2 m; latada: 2-2,5 x 2 m;
- Finas de mesa: latada 4 x 3-5 m, 6 x 3 m; latada 3,5 x 3,5 m ou 4 x 3 m;
- Sem sementes: espaldeira 2 x 1,5 m ou 2 x 2 m; latada 3,5 -4 x 3 - 5m;
- Indústria: espaldeira: 2 x 1-2 m;

CALAGEM E ADUBAÇÃO:

Antes da formação do vinhedo, aplicar o calcário em área total, para elevar a saturação por bases a 80%, na camada de 0-30 cm. Em vinhedos já instalados, aplicar o calcário em área total, antes da poda, incorporando-o ligeiramente ao solo.

Uvas rústicas de mesa e uvas para indústria:

- adubação de implantação: aplicar, por cova, 10 L de esterco de curral (ou 3 L de esterco de galinha ou 500g de torta de mamona), 1kg de calcário dolomítico, 40 a 80g de P2O5 e 20 a 40g de K2O. Aplicar, em cobertura, aos 60 e 120 dias após o plantio dos porta-enxertos em local definitivo, 20g de N por planta, por vez;
- adubação de formação: após realizada a enxertia aplicar, por planta, 20g de N, 10 a 30g de P2O5 e 10 a 30g de K2O, de acordo com a análise de solo. Esses adubos deverão ser aplicados em cobertura, ao lado das plantas, parcelados em três vezes, aos 30, 70 1 110 dias após a brotação;
- adubação de produção: para produtividade de 20 t/ha, aplicar 30: t/ha de esterco de curral, 180 kg/ha de N, 100 a 400 kg/ha de P2O5 e 75 a 300 kg/ha de K2O, de acordo com a análise de solo. Na poda do primeiro ano de produção, usar metade dessas doses. Para vinhedos com produtividade de 20 a 30 t/ha aumentar essas doses em 25%. Aplicar 1/2 do P2O5 e do K2O, e 1/3 do N, localizados em sulcos ao lado das plantas um mês antes da poda, junto com o esterco de curral. Aplicar o restante do P2O5, 30 dias após a poda. Parcelar o restante do N e do K2O em três vezes iguais, aos 30 dias após a poda, na fase de “ervilha” e na fase de “meia baga”, espalhando os adubos ao lado das plantas.

Uvas finas de mesa sem sementes

- adubação de implantação: aplicar, por cova, 40 L de esterco de curral (ou 15 L de esterco de galinha ou 2kg de torta de mamona), 1kg de calcário dolomítico, 100 a 300g de P2O5 e 50 a 150g de K2O. Aplicar, em cobertura, aos 60 e 120 dias após o plantio dos porta-enxertos em local definitivo, 30g de N por planta, por vez;
- adubação de formação: após realizada a enxertia, aplicar, por planta, 60g de N, 50 a 150g de P2O5 e 50 a 100g de K2O, de acordo com a análise de solo. Esses adubos deverão ser aplicados em cobertura, ao lado das plantas, parcelados em três vezes, aos 30, 70 e 110 dias após a brotação;
- adubação de produção: para produtividade de 25 a 35 t/ha, aplicar 40 t/ha de esterco de curral, 250 kg/ha de N, 150 a 500 kg/ha de P2O5 e 150 a 400 kg/ha de K2O, de acordo com a análise de solo. Na poda do primeiro ano de produção, usar metade dessas doses. Para vinhedos com produtividade de 36 a 45 t/ha, aumentar essas doses em 25%. Para produtividades superiores a 45 t/ha, aumentar as doses em 50%. Aplicar 1/2 do P2O5 e do K2O e 1/3 do N, em sulcos ao lado das plantas um mês antes da poda, junto com o esterco de curral. Aplicar o restante do P2O5, 30 dias após a poda. Parcelar o restante do N e do K2O em três vezes iguais, aos 30 dias após a poda, na fase de “ervilha” e na fase de “meia baga”, espalhando os adubos ao lado das plantas.


Em caso de deficiência de boro, pode-se pulverizar as brotações com solução de ácido bórico a 0,1%, em 3 aplicações de 7 em 7 dias.

PODAS:

1 - Poda seca: divide-se em poda de formação e poda de produção. A primeira visa orientar a formação da copa para sustentar futuras produções, aproveitando melhor o potencial de produção da planta. É executada desde o plantio da muda até que a planta tome o tamanho e o formato desejável. A segunda tem por objetivos manter o equilíbrio entre vigor da vegetação e a produção.

2- Poda verde: visa suprimir estruturas vegetativas como ramos laterais, folhas, gavinhas, ponteiros, e também estruturas produtivas como alguns cachos e bagas dos cachos. É composta pelas operações de desbrota, desfolha, eliminação de gavinhas e de ramos netos, desponte de ramos, desbaste de cachos, raleio de frutos no cacho e incisão anelar.

É bom evitar os defensivos ou não? Os defensivos químicos somente devem utillizados em situações de necessidade comprovada, quando a praga ou doença estiver em níveis de dano econômico, com o máximo de segurança para o aplicador, o consumidor final e o meio-ambiente, respeitando-se o registro para a cultura, a compatibilidade com outros produtos, instruções de uso e prazos de carência, sempre com o respaldo técnico de Engenheiro Agrônomo.

Como ocorre a frutificação, é natural, com a presença de abelhas ou inseto polinizador? A videira se vê beneficiada pela atuação das abelhas como insetos polinizadores.

A cultura deve ser irrigada? Em qual período do ciclo? Apesar de ser planta rústica e com sistema radicular profundo, a utilização de irrigação traz inúmeras vantagens como garantia de produção, maior produtividade e melhor qualidade dos frutos. Adapta-se bem à irrigação localizada (microaspersão e gotejamento).

Há diferenças entre as variedades quanto ao peso ou cor? Sim, existe imensa variabilidade quanto à cor da polpa e da casca, formato, tamanho e número das bagas, tamanho e formato do cacho, dentre outras.

Fonte: Embrapa Cerrado

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Utilização de fungos no Controle Biológico de Doenças


O conceito de controle de doenças mudou nas últimas décadas. Anteriormente, o objetivo era eliminar completamente o patógeno com o uso indiscriminado e contínuo de produtos químicos sem medir as conseqüências. Este procedimento provocou alterações no ambiente, como a seleção de patógenos resistentes, ocorrência de surtos de doenças consideradas como secundárias, diminuição de microrganismos benéficos, além de causar efeitos deletérios (nocivos) ao homem, aos animais e ao ambiente, através do acúmulo de resíduos no solo, na água e nos alimentos.
Há tempos, os pesticidas químicos tem sido usado na agricultura, entretanto, seus efeitos colaterais têm estimulado a redução de seu uso e a adoção de métodos naturais menos agressivos. Dentre estes métodos estão o controle cultural, o controle genético e o controle biológico.

O controle biológico visa manter, através de certas práticas, um equilíbrio no agroecossistema, de modo que o hospedeiro, na presença do patógeno, não sofra danos significativos, em função da ação controladora dos organismos não patogênicos do sistema.

N a abordagem de controle biológico, doença é mais do que uma íntima interação do patógeno com o hospedeiro influenciada pelo ambiente. É o resultado de uma interação entre hospedeiro, patógeno e uma variedade de não-patógenos que também repousam no sítio de infecção e que apresentam potencial para limitar ou aumentar a atividade do patógeno, ou a resistência do hospedeiro. Portanto, patógeno, hospedeiro e antagonistas, interagindo num sistema biológico, são os fatores componentes do controle biológico.

O controle biológico é a “redução da densidade de inóculo ou das atividades determinantes da doença provocada por um patógeno ou parasita nos seus estados de atividade ou dormência, por um ou mais organismos, realizado naturalmente ou através da manipulação do ambiente, hospedeiro ou antagonista, ou pela introdução em massa de um ou mais antagonistas”.

Outra definição de controle biológico é, “Controle de um microrganismo por outro microrganismo”.

Por esses conceitos, o controle biológico inclui práticas culturais para criar um ambiente favorável aos antagonistas e à resistência da planta hospedeira ou ambas; melhoramento da planta para aumentar a resistência ao patógeno ou adequar o hospedeiro para as atividades antagônicas de microrganismos; introdução em massa de antagonistas, linhagens não patogênicas ou outros organismos ou agentes benéficos.

INTERAÇÕES ENTRE PATÓGENO, HOSPEDEIRO E ANTAGONISTAS

Interação com o Ambiente

O ambiente é composto de vários fatores (solo, temperatura, potencial hídrico, ph) que devem estar relacionados entre si e com os organismos habitantes do sistema. A interação entre antagonista, hospedeiro e patógeno não ocorre de maneira particular , mas mutuamente. A ocorrência de doenças em plantas indica que muitos aspectos do balanço biológico não está em equilíbrio. O desenvolvimento de doenças em plantas ocorre quando uma ou mais das seguintes condições ocorrem:

• O patógeno é altamente virulento, a densidade do inóculo é maior e não há um equilíbrio com o antagonista.

• O ambiente abiótico é especialmente favorável ao patógeno, e desfavorável ao hospedeiro ou antagonista, ou ambos.

• A planta hospedeira é altamente suscetível, crescendo continuamente e extensivamente.

• Os antagonistas estão ausentes ou em baixa popula÷ão, há falta de nutrientes e ambiente próprio para a função do antagonista, os antagonistas são inibidos por outros microrganismos, ou a produção de antibióticos é absorvido pelo solo ou inativado por outros microrganismos.

Fonte: http://www.floresta.ufpr.br

Cultura da Pêra


As pereiras cultivadas no Brasil são das espécies P. communis L., P. serotina R. e P. bretschneideri R, da família Rosaceae. São frutíferas típicas de clima temperado, com centro de origem euro-asiático, com referências à Europa Central, China, Japão e Indonésia. Cultura permanente, exigente em tratos culturais, que imprescinde de polinização cruzada. O plantio deve ser feito com base em mudas enxertadas dos melhores cultivares disponíveis.Os frutos podem ser consumidos tanto ao natural como industrializados, como compotas, sucos e adicionados em iogurtes.
Cultura apropriada para regiões serranas, frescas e solos férteis. Ultimamente, tem-se dado ênfase à utilização do marmeleiro ou das próprias pêras orientais como seu porta-enxerto.

CULTIVARES:

Híbridos IAC: Primorosa (IAC 9-3), Centenária (IAC 9-47), Seleta (IAC 16-28), Triunfo (IAC 16-34) e Tenra (IAC 15-20, polinizante);
Pêras rústicas tradicionais: tipo D’Água (Branca, D’Água e Valinhos, D’Água de São Roque), tipo Francesa (Madame Sieboldt e Grazzine) e tipo Dura ou D’Água de outono (Kieffer, Limeira, Schmidt e Parda);
Pêras orientais: Okussankichi, Hosui, Kosui, Atago e Yari (para as regiões mais frias);
Pêra européia: Packham’s Triumph (para as regiões mais frias).

PORTA-ENXERTOS: Pereiras comuns (‘Kieffer’ ou ‘Parda’); Pyrus betulaefolia Bunge; Pyrus calleryana Decne e marmeleiros (‘Portugal’ e ‘Provence’).

ÉPOCA DE PLANTIO: Mudas de raízes nuas (transplante): julho a agosto; período das águas.

ESPAÇAMENTO: Com porta-enxerto de pereira: 7 x 5m (convencional), 5 x 2m a 6 x 3m (adensado); com porta-enxerto de marmeleiro: 4 x 2m.

MUDAS NECESSÁRIAS: 285, 556 a 1.000 e 1.250/ha, de acordo com o espaçamento.

CONTROLE DA EROSÃO: Plantio em nível ou cortando as águas, patamares ou banquetas nos terrenos mais declivosos e capinas ou roçadeiras em ruas alternadas, na época das águas; cobertura morta sob as copas ou nas linhas das plantas.

CALAGEM: De acordo com análise de solo, aplicar calcário para elevar a saturação por bases a 70%. Aplicar o corretivo por todo o terreno, antes do plantio ou mesmo durante a exploração do pomar, incorporando-o através de aração e gradagem.

ADUBAÇÃO DE PLANTIO: Aplicar, por cova, 2kg de esterco de galinha ou 10kg de esterco de curral, bem curtido, 1kg de calcário magnesiano, 200g de P2O5 e 60g de K2O, com antecedência de pelo menos 30 dias do plantio. Em cobertura, a partir da brotação das mudas, ao redor da planta, 60g de N, em quatro parcelas de 15g, de dois em dois meses.

ADUBAÇÃO DE FORMAÇÃO: No pomar convencional e em formação, de acordo com a análise de solo e por ano de idade, aplicar 20 a 60 g/planta de cada um dos nutrientes: N, P2O5 e K2O; efetuar a aplicação de N em quatro parcelas, de dois em dois meses, a partir da brotação.

ADUBAÇÃO DE PRODUÇÃO: No pomar convencional adulto, em produção (a partir do 7º ano), dependendo da análise de solo e da produtividade, aplicar anualmente 70 a 140kg/ha de N, 20 a 90 kg/ha de P2O5 e 20 a 100 kg/ha de K2O, e 2 t/ha de esterco de galinha, ou 10 t/ha de esterco de curral, bem curtido. Após a colheita, distribuir o esterco, fósforo e potássio, na dosagem anual em coroa larga, acompanhando a projeção da copa no solo e, em seguida, misturá-los com a terra da superfície. Aplicar o nitrogênio, parceladamente, de dois em dois meses, a partir do início da brotação.

Observação: Para plantios adensados ou com porta-enxerto de marmeleiro, aplicar os adubos no pomar em formação e no adulto, de modo similar aos plantios convencionais, reduzindo as dosagens proporcionalmente à área ocupada por planta.

IRRIGAÇÃO: aconselhável nas estiagens da primavera, em bacias, sulcos ou por gotejo, ou sua substituição parcial por cobertura morta em áreas de adequado equilíbrio hídrico do solo.

OUTROS TRATOS CULTURAIS: Capinas, podas de formação, de limpeza e de frutificação; condução forçada das plantas (taça) e raleio dos frutos. Herbicidas: diquat, paraquat, glyphosate, simazine e linuron.


CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS:

No inverno: cianamida hidrogenada para quebra de dormência, calda sulfocálcica concentrada, oxicloreto de cobre e óleo mineral;
Na vegetação: fungicidas, tendo por base oxicloreto de cobre, captan, mancozeb, thiram, thiophanate methyl, dodine, folpet, enxofre, thiabendazole.
Inseticidas: parathion methyl, dichlorfon, fenthion, ethion, azinphos ethyl, phosmet, enxofre, malathion, óleo mineral, fenitrothion, dimethoate.

COLHEITA:

Dezembro a abril: safras comerciais a partir do 5º ano de instalação do pomar;
Ponto de colheita: frutos de vez, para perfeito sazonamento;
Colheita manual em cestas rasas ou em caixas.

PRODUTIVIDADE NORMAL: 10 a 30 t/ha de frutos, em pomares adultos, racionalmente conduzidos e conforme o espaçamento.

Fonte: Toda Fruta

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Convivendo com Pragas e Doenças da Bananeira


O Nordeste é a maior região produtora de bananas do Brasil com 39% do total produzido. Além disso, o cultivo da bananeira é de considerável importância sócio-econômica para a região por ser fonte de renda principalmente para pequenos agricultores.
Em Sergipe, os problemas fitossanitários, principalmente relatos da ocorrência do Moko da bananeira em algumas localidades do Baixo São Francisco têm sido um entrave para o crescimento e manutenção das áreas de cultivo.
O Moko da bananeira é causado pela bactéria Ralstonia solanacearum raça 2, considerada uma praga quarentenária A2 com ocorrência nos Estados da região Norte com exceção do Acre e em Sergipe, no Nordeste.
Em Sergipe, os principais sintomas da doença observados nas bananeiras são: maturação desuniforme dos frutos no cacho e escurecimento interno do pseudocaule, engaço e frutos.
A disseminação da bactéria pode ocorrer de diferentes formas, dentre as quais se destacam o uso de ferramentas infectadas, contaminação de raiz para raiz ou do solo para a raiz e por insetos visitadores de inflorescências.
Em Sergipe a doença foi constatada no ano de 1987 e, ainda hoje aparecem focos esporádicos da doença coincidindo com o início das chuvas no Estado, geralmente por volta do mês de março.
O principio de controle do Moko é baseado na erradicação e em práticas quarentenárias que visam prevenir a entrada da bactéria em regiões isentas da doença. Observações da sintomatologia da doença em Sergipe parecem indicar que a transmissão da bactéria ocorre, provavelmente, pela visita de insetos às inflorescências uma vez que há um gradiente de severidade dos sintomas de cima para baixo nas plantas infectadas.
Devido a reincidência da doença, é possível que a bactéria permaneça na área associada a alguma planta hospedeira ou inseto transmissor. Existem mais de 234 espécies de plantas hospedeiras da R. solanacearum descritas na literatura, e a infecção nas mesmas pode ser latente ou sintomática.
Caso estas plantas estejam presentes nas áreas produtoras, serão potenciais fontes de inóculo da bactéria para a cultura de interesse econômico. Isolados da bactéria R. solanacearum raça 2 também têm habilidade de infectar e colonizar a bananeira sem causar sintomas, provavelmente pelos cultivos em locais com condições ambientais distintas.
Diante da importância do Moko para a bananicultura e do escasso conhecimento sobre da doença na região, estudos da população da bactéria e da epidemiologia da doença foram iniciados em 2009, pela Embrapa Tabuleiros Costeiros, juntamente com a Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro) e com o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA).
Ao final deste estudo espera-se obter dados sobre a epidemiologia da doença, fundamentais para o estabelecimento de um programa de erradicação do Moko da bananeira em Sergipe. O controle do Moko utilizando variedades resistentes seria a melhor estratégia a ser empregada, porém até o presente não existem cultivares comerciais resistentes a doença, razão que reforça a aplicação de outras práticas e estratégias de controle baseadas em diferentes investigações.

Fonte: Embrapa Tabuleiros Costeiros

Solo


Solo é um corpo de material inconsolidado, que recobre a superfície terrestre emersa, entre a litosfera e a atmosfera. Os solos são constituídos de proporções e tipos variáveis de minerais, gases, água e matéria orgânica.
É produto do intemperismo sobre um material de origem, cuja transformação se desenvolve em um determinado relevo, clima, bioma e ao longo de um tempo.
O solo, contudo, pode ser visto sobre diferentes ópticas. Para um engenheiro agrônomo, através da edafologia, solo é a camada na qual pode-se desenvolver vida vegetal. Para um engenheiro civil, sob o ponto de vista da mecânica dos solos, solo é um corpo passível de ser escavado, sendo utilizado dessa forma como suporte para construções ou material de construção.
Solos estão constantemente em desenvolvimento, nunca estando estáticos, por mais curto que seja o tempo considerado. Ou seja, desde a escala microscópia, diariamente, há alteração por organismos vivos no solo, da mesma forma que o clima, ao longo de milhares de anos, modifica o solo. Dessa forma, temos solos na maioria recentes, quase nunca ultrapassando idades Terciárias.
Geralmente, o solo é descrito como um corpo tridimensional, podendo ser, porém, ao se considerar o fator tempo, descrito como um sistema de quatro dimensões [1]: tempo, profundidade, largura e comprimento.
Um solo é o produto de uma ação combinada e concomitante de diversos fatores. A maior ou menor intensidade de algum fator pode ser determinante na criação de um ou outro solo. São comumente ditos como fatores da formação de solo [2]: clima, material de origem, organismos, tempo e relevo.

Fonte: Wikipédia

Uva e Vinho


Há diversos tipos de uvas com as quais os vinhos são produzidos. Ao lado do processo utilizado, são elas que definem as características do vinho. Confira as principais:

Cabernet Sauvignon
Responsável pelos grandes tintos de Bordeaux (França), sua terra natal, produz vinhos finos e encorpados. É combinada com outras uvas para amenizar seu bouquet extremamente marcante. A cor é bem escura e profunda.

Merlot
Uva de Bordeaux (França) com a qual se fazem os profundos e redondos Pomerol e Saint-Émilion. Quando vinificada sozinha - sem a utilização de outros tipos de uva -, produz vinhos macios, de boa estrutura, aromáticos e de grande elegância.

Pinot Noir
Única uva a compor os grandes Bourgognes tintos da Côte d'Or (França). É encontrada hoje em todas as regiões vinícolas do mundo, exceto em regiões mais quentes. Sua maior característica é o aroma adocicado e nível de tanino e pigmentação inferior a outras variedades de uva vegetais e minerais. Dá origem a vinhos frescos e elegantes.

Pinotage
Marca registrada da África do Sul, seu aroma característico exibe notas de amêndoas tostadas. Os melhores produtores conseguem elaborar vinhos de longa guarda de excelentes qualidades.

Chardonnay
Uva francesa da Bourgogne, é considerada a melhor para vinho branco fino. É mais ácida no paladar quando usada em Champagne ou no Loire e mais suculenta nos grandes Bourgognes, em que fermenta e amadurece em tonéis de carvalho. A colheita é uma hora crucial para a produção do vinho: ela deve ser colhida no momento certo, pois com o avanço do amadurecimento há a perda de acidez, que é característica necessária para a fabricação destes vinhos.

Gewürztraminer
Variação de uma uva chamada Traminer, ela é responsável por vinhos brancos de grande e intenso aroma, normalmente mais alcoólicos, produzidos na Alsace (França), em versões seca ou doce. Produz vinhos muito doces para acompanhar sobremesas.

Sauvignon Blanc
Uva branca utilizada para confeccionar o Sancerre, do Loire (França), e todos os Bordeaux brancos. Produz vinhos de melhor qualidade em climas frios. Facilmente reconhecida por notas.

Fonte: Fruticulturaverde