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terça-feira, 27 de abril de 2010

Compostagem é alternativa de adubo



A maioria dos plásticos, papelões, metal, vidro, entre outros podem ser reaproveitados através da reciclagem. Já o material orgânico pode ter aplicações variadas, desde na geração de energia até na produção de compostagem para fertilizar os solos na agricultura. A Marquise executa em Cuiabá (MT) uma experiência praticada por trabalhadores cooperados que produzem composto a partir do lixo orgânico.

A compostagem como agente econômico de geração de emprego, renda e inclusão social, além da redução do lixo urbano, traz benefícios econômicos e sociais. É o que vem constatando a experiência implantada pela Prefeitura de Cuiabá (MT) com a execução da Marquise.

Lá, toda a coleta de resíduos urbanos vai para o aterro, onde existe uma cooperativa que realiza o trabalho de compostagem, ou seja, separa e transforma o “lixo” em material orgânico utilizável na agricultura. Através de um convênio de inclusão social, entre a cooperativa e a Prefeitura de Cuiabá, as pessoas foram qualificadas para o trabalho e hoje conseguem gerar renda a partir do que é considerado para muitos como “lixo”.

“Hoje, dos resíduos gerados em nossas residências, cerca de 60% são orgânicos e 40%, inorgânicos. Desse inorgânico, a maioria pode ser reaproveitada. São plásticos, papelões, metal, vidro, entre outros, que podem ser reutilizados após um processo de reciclagem. Já os resíduos orgânicos poderiam estar até gerando energia”, destaca o diretor de operações da Marquise, em Fortaleza, Hugo Nery dos Santos.

Na Capital cearense, a produção de resíduo urbano chega a 70 mil toneladas mensais, com os mesmos percentuais de orgânicos (60%) e inorgânicos (40%) — deste material, segundo Nery, o descarte de boa parte poderia ser evitado na origem.

Ele conta que já existe projeto em São Paulo que gera energia a partir da decomposição de resíduos orgânicos. O Unibanco está comprando toda a energia gerada pelo projeto a partir da decomposição de resíduos orgânicos, e utilizando no funcionamento das agências.

Para Nery, o ideal seria que houvesse a separação entre o lixo úmido e o lixo seco, ou seja, as pilhas, papéis, plásticos separados dos restos de alimentos. “Assim, se evitaria elementos de impurezas que acabam trazendo danos à qualidade do adubo que pode ser gerado a partir do lixo inorgânico”.

Segundo Hugo Nery, o Brasil gera 200 mil toneladas de resíduos urbanos por dia. Desses resíduos, só cerca de 3% estão sendo reaproveitados de alguma maneira. Desse total de resíduos gerados, 30 a 40 mil toneladas poderiam ter reaproveitamento de 90%, e somente cerca de 60 mil toneladas estariam indo para o aterro”.

Ele lembra que a modernidade e o avanço tecnológico — com o advento das garrafas plásticas e das inúmeras embalagens — modificaram a cultura de geração de lixo pelos cidadãos. “A facilidade acabou gerando mais resíduos e não vemos, socialmente, o custo alto desse dano ambiental”.

Para a diminuição do lixo, Hugo Nery propõe reflexões que passam por mudanças de comportamento a partir do gerador de resíduos — o cidadão em sua própria residência. Antes de se desfazer de algum material é preciso pensar, primeiro, se ele pode ser reutilizado, depois se pode ser reciclado e, por último, qual a melhor destinação final.

CONCEITO — A compostagem é o processo de transformação de materiais como palha, estrume e restos de alimento em materiais orgânicos utilizáveis na agricultura. Este processo envolve transformações complexas de natureza bioquímica, promovidas por milhões de microorganismos do solo que têm na matéria orgânica “in natura” sua fonte de energia, nutrientes minerais e carbono.

Data Edição: 02/12/04
Fonte: Diário do Nordeste

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