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terça-feira, 27 de abril de 2010

27/04 - EMBRAPA ABRE MERCADO INTERNACIONAL PARA FRUTEIRAS


O governo brasileiro encontrou na Embrapa um ponto de apoio para o desenvolvimento de sua política externa.

E a Empresa aproveita a oportunidade para fazer negócios e trazer recursos adicionais para a pesquisa agropecuária. Em abril, a Empresa começou a enviar material propagativo de fruteiras - com a devida proteção intelectual - para países com os quais acaba de fechar oito contratos de cooperação para avaliação agronômica de cultivares de pessegueiro, videira e amoreira.

As empresas que este mês começaram a receber os materiais da Embrapa estão localizadas na Espanha, Inglaterra, Chile, África do Sul, Peru e Barbados. Para a sul-africana Colors Fruit seguem cinco seleções de pessegueiro e mais quatro de videira; a inglesa Meiosis Limited receberá 17 materiais de amoreira e a espanhola Special New Fruit Licencing Mediterraneo vai enxertar cinco seleções de uvas sem sementes, cuja produção experimental será iniciada em 2011.

As cultivares de uvas sem sementes BRS Linda, BRS Clara e BRS Morena, lançadas pela Embrapa Uva e Vinho em 2004, despertam o maior interesse e vão ser validadas pela chilena Andes Nursery Association - ANA Chile, pela peruana San Lorenzo Grapes e seguirão também para Barbados via Natures Produce Inc. No próximo ano, será validada a primeira produção na África do Sul junto à Colors Fruit. A comercialização das cultivares no exterior trará, em alguns anos, retorno ao país por meio do pagamento de royalties.

Articulação - Para o gerente geral da Embrapa Transferência de Tecnologia, Ronaldo Andrade, os contratos colocam em evidência a qualidade dos programas de melhoramento da Empresa e o seu potencial na articulação de negócios no mercado internacional. “As cultivares são desenvolvidas pelos centros de pesquisa e os contratos são negociados por nossa equipe”, diz Andrade.

Para o dirigente, a interação da transferência de tecnologia com os centros de pesquisa faz com que seja dado um salto na etapa final dos programas de melhoramento genético, favorecendo o posicionamento das variedades da Empresa no mercado. Segundo o chefe-geral da Embrapa Uva e Vinho, Lucas Garrido, a validação das cultivares de uvas da Embrapa no Brasil e em outros países coroa o trabalho desenvolvido ao longo dos 35 anos de existência da Unidade.

“Além de abrir novas fronteiras para o plantio dessas cultivares, a ação permitirá uma maior divulgação das nossas uvas, até então pouco conhecidas, por esses mercados consumidores", comenta Garrido. Segundo o Chefe-Geral da Embrapa Clima Temperado, Waldyr Stumpf Jr, este é um exemplo onde tecnologias desenvolvidas para a realidade brasileira alcançaram projeção internacional.
Stumpf comenta que “o resultado mostra o acerto do Governo brasileiro em investir fortemente em Ciência e Tecnologia de ponta, o que foi possível graças ao PAC da Embrapa”. Para ele, na sociedade do conhecimento, ser protagonista do próprio futuro implica cuidar para que os programas de PD&I gerem produtos que atendam desde a inclusão social até a competitividade internacional.

Contratos - Além dos oito contratos firmados, existem outros sete em discussão (Chile, Egito, Moçambique, Peru, EUA, México, Marrocos). A pesquisadora Ana Paula Artimonte Vaz, do Escritório de Negócios localizado em Campinas, diz que nos últimos três anos registrou-se acréscimo substancial da demanda internacional para validação de cultivares e seleções de fruteiras desenvolvidas pela Embrapa.

Os contratos internacionais permitirão à Embrapa contar com a parceria do setor privado para executar as ações de validação dessas fruteiras. Isso viabilizará a promoção das cultivares da Empresa com uma inédita abrangência de territórios no exterior, aponta Vaz.

De acordo com a pesquisadora da Gerência de Sementes e Mudas da Embrapa Transferência de Tecnologia, Soraya Barrios, a penetração da Embrapa no mercado europeu com as frutas de clima temperado deve abrir espaço também para contratos visando fruteiras tropicais. Já existe interesse pela cultivar de bananeira BRS Conquista e pelos maracujazeiros BRS Sol do Cerrado, BRS Gigante Amarelo e BRS Ouro Vermelho.

“A avaliação e aceitação dos nossos materiais no exterior abre uma nova frente para a pesquisa”, avalia Barrios. Ela explica que materiais com pouca aceitação interna por características como acidez, coloração e tamanho ganham projeção na Europa devido ao hábito diferenciado daquele mercado quanto ao consumo de frutas.

De acordo com o advogado da Assessoria Jurídica da Embrapa, João Lobo, os contratos de parceria com o setor privado evidenciam a interação e sintonia com que tem atuado áreas de papel relevante para a Empresa: negócios, pesquisa e jurídico. Para o chefe Garrido “essa articulação conduzirá a um novo momento interno onde todos
sairão ganhando, fortalecendo ainda mais a marca e a imagem da Embrapa
no seu processo de internacionalização”.

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