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segunda-feira, 3 de maio de 2010

Utilização de fungos no Controle Biológico de Doenças


O conceito de controle de doenças mudou nas últimas décadas. Anteriormente, o objetivo era eliminar completamente o patógeno com o uso indiscriminado e contínuo de produtos químicos sem medir as conseqüências. Este procedimento provocou alterações no ambiente, como a seleção de patógenos resistentes, ocorrência de surtos de doenças consideradas como secundárias, diminuição de microrganismos benéficos, além de causar efeitos deletérios (nocivos) ao homem, aos animais e ao ambiente, através do acúmulo de resíduos no solo, na água e nos alimentos.
Há tempos, os pesticidas químicos tem sido usado na agricultura, entretanto, seus efeitos colaterais têm estimulado a redução de seu uso e a adoção de métodos naturais menos agressivos. Dentre estes métodos estão o controle cultural, o controle genético e o controle biológico.

O controle biológico visa manter, através de certas práticas, um equilíbrio no agroecossistema, de modo que o hospedeiro, na presença do patógeno, não sofra danos significativos, em função da ação controladora dos organismos não patogênicos do sistema.

N a abordagem de controle biológico, doença é mais do que uma íntima interação do patógeno com o hospedeiro influenciada pelo ambiente. É o resultado de uma interação entre hospedeiro, patógeno e uma variedade de não-patógenos que também repousam no sítio de infecção e que apresentam potencial para limitar ou aumentar a atividade do patógeno, ou a resistência do hospedeiro. Portanto, patógeno, hospedeiro e antagonistas, interagindo num sistema biológico, são os fatores componentes do controle biológico.

O controle biológico é a “redução da densidade de inóculo ou das atividades determinantes da doença provocada por um patógeno ou parasita nos seus estados de atividade ou dormência, por um ou mais organismos, realizado naturalmente ou através da manipulação do ambiente, hospedeiro ou antagonista, ou pela introdução em massa de um ou mais antagonistas”.

Outra definição de controle biológico é, “Controle de um microrganismo por outro microrganismo”.

Por esses conceitos, o controle biológico inclui práticas culturais para criar um ambiente favorável aos antagonistas e à resistência da planta hospedeira ou ambas; melhoramento da planta para aumentar a resistência ao patógeno ou adequar o hospedeiro para as atividades antagônicas de microrganismos; introdução em massa de antagonistas, linhagens não patogênicas ou outros organismos ou agentes benéficos.

INTERAÇÕES ENTRE PATÓGENO, HOSPEDEIRO E ANTAGONISTAS

Interação com o Ambiente

O ambiente é composto de vários fatores (solo, temperatura, potencial hídrico, ph) que devem estar relacionados entre si e com os organismos habitantes do sistema. A interação entre antagonista, hospedeiro e patógeno não ocorre de maneira particular , mas mutuamente. A ocorrência de doenças em plantas indica que muitos aspectos do balanço biológico não está em equilíbrio. O desenvolvimento de doenças em plantas ocorre quando uma ou mais das seguintes condições ocorrem:

• O patógeno é altamente virulento, a densidade do inóculo é maior e não há um equilíbrio com o antagonista.

• O ambiente abiótico é especialmente favorável ao patógeno, e desfavorável ao hospedeiro ou antagonista, ou ambos.

• A planta hospedeira é altamente suscetível, crescendo continuamente e extensivamente.

• Os antagonistas estão ausentes ou em baixa popula÷ão, há falta de nutrientes e ambiente próprio para a função do antagonista, os antagonistas são inibidos por outros microrganismos, ou a produção de antibióticos é absorvido pelo solo ou inativado por outros microrganismos.

Fonte: http://www.floresta.ufpr.br

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